
Engracado... estou no meio de uma cadeia de montanhas em Mazatlán Villa del Flores e passei toda quarta-feira (miércules) lendo e, por tabela, escutando as “rancheras” – música típica mexicana que parece o nosso ‘vaneirao’ – que os vecinos (vizinhos) tocam a toda hora, em todo lugar. Quando, de repente, escuto um Radiohead! É incrível como a música está em todo lugar! Mais espantoso é que, fazendo o mesmo processo na quinta (jueves), rola “Mais que nada”, de Benjor e, claro, as rancheras.
Aquí é uma comunidade indígena, no entanto as pessoas nao vivem em ocas. Há casas (algumas muito bonitas, outras de terra batida), há trabalho (por consequëncia, salário), há video game, há igreja, internet, problemas políticos, escolas, policiamento, etc. A comunidade nao é alienada. Estao sempre mesclando tradicao com modernidade com autonomía com respeito.
Inclusive este sábado (23.02) teve a (re) instalacao da antena da rádio comunitária Nnandia, 107.9 FM. Esta rádio há ano e meio atingia as 64 comunidades de Mazatlán, porém, por questoes políticas a antiga antena foi “cerrada” pelo PRI (Partido Revolucináro Institucional), de acordo com Melquíades, um filosofo e teólogo, que já foi Alcalde (prefeito) desta cidade entre 1993 e 1995.
A programacao da rádio é educativa mantendo a lingua indígena (mazateco) e ensinando español aos que nao sabem. Como a nova geracao nao tem feito muito para manter as tradicoes e costumes, as mulheres tem mostrado disposicao para dialogar, discutir e argumentar sobre passado, presente e futuro da comunidade formando assembléias e reunioes para este intento.
Existem maneiras e maneiras de construir uma sociedade e, ao que parece, Mazatlán Villa del Flores tem conseguido vencer barreiras e cultivar conservadorismo e modernidade num mesmo campo, com muita negociacao, luta, esforco e respeito.
Amanha tem mais sobre “respeito” em Mazatlan e música no México
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