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terça-feira, 11 de março de 2008

Dá um tempo para viver


O tempo. É frio como meu coracao. A temperatura vai a 25 graus. Comeco a viver. Quando aumenta é sinal de renovacao, felicitudes. A “bajar” esfriam todos os sentimentos. Sábado, `as 22h, estava, sei lá, 12 grados. Mas em boa companhia tudo muda. Desta vez as emocoes afloravam-se, mesmo com o ranger dos dentes. Um bom vinho, boa música e boa “platica” nos alivia de qualquer tensao (ou frio).


“Um dia frio, um bom lugar para ler um livro e o pensamento...” nas saudades, na família, nos amigos, porém encontro um porque de estar em outro clima, outro lugar. Simplesmente para me achar. Nao ficar imaginando o meu mundinho. Pensar em igualdades e diferencas. Em novas possibilidades. Por isso prefiro o tempo desigual. Um momento estou a 36 e depois a 15 graus. Quero isso para mim! E nao fincar a estaca zero. E nao manter a temperatura ambiente o ano inteiro.


Quero modificacoes! Diversidade! Novas emocoes e moncoes! Farenheit ou Celsius! Quando a temperatura se firmar, me aborreco de novo. Tomo um café, mas já nao com o mesmo gosto. O clima diferencia o sabor. Seco, umido, tropical, inverno, outono, neblina, sol, ... . O tempo nos faz viver.

domingo, 2 de março de 2008

A complexidade da simplicidade


Como dito anteriormente, o simples é COMPLEXO!

Fidel saiu! Lula se mantém! Bush, como todo império, está chegando ao declinio! Qual será o sistema político vigente nos próximos anos? Os partidos políticos existirao? Haverá um sistema político único como o sistema único de saúde (SUS) - que nao funciona?

Há várias perguntas e nenhuma resposta. No entanto, existem formas de argumentacao, estudos e reflexao (muito complexas!) que, se nao leva a uma sistemática perfeita (o que é inviável) ajuda, e muito, ao modo de vida de algumas comunidades no mundo.

É mais ou menos o que acontece hoje no México. Em Mazatlán Villa del Flores, no Estado de Oaxaca, por exemplo, há certa autonomia que faz com que as pessoas mantenha suas tradicoes, costumes e língua desde de 1991. É um novo sonho socialista? Nao! É a forma que a assembléia popular encontrou para nao modificar sua identidade. Mas nao há intervencao do governo na comunidade? Bem! Uma das maneiras de se trabalhar e fortalecer seus “usos e costumes” é formar aliancas – as vezes com partidos políticos, as vezes com outras comunidades. Porém, sem perder o fio da história que mantém seus direitos indígenas e sua língua (mazateco).

Hoje toda decisao tomada para benefício de Mazatlán é através de uma assembléia organizada pelos moradores. Tomada as decisoes, estas sao repassadas ao governador de Oaxaca e assim, nao há intermediários. É claro que, a “autonomia” foi conquistada depois de muita luta e negociacao e que, passados 17 anos, há uma necessidade de reformulacao constante em suas “leis”, o que nao tem acontecido pois a nova geracao nao tem muito interesse pelas questoes autonômicas do Município. E ademais, o Alcalde (prefeito) nao é mazateco e nao entende – nem se esforca – as necessidades locais.

Mas há uma luz para estes indígenas-agricultores. Em marco haverá novas eleicoes e as mulheres estao fazendo reunioes para, entre outras coisas, terem candidata própria. É a nova mobilizacao nesta cadeia de montanhas que desde setembro de 2007, por questoes político-autoritárias, nao tem representante. Tanto que há meses nao há servico de limpeza nas comunidades. A autoridade local está, literalmente, um lixo.

Portanto: “legalmente” só participa das questoes políticas quem vive em Mazatlán. Se, por exemplo, um mazateco sai da comunidade para estudar ou trabalhar nas grandes cidades e volta anos depois, dificilmente vai participar de atividades políticas. O líder comunitário tem que ser mazateco. A assembléia é postulada por mazatecos. Nao pode-se chamar isso de socialismo, pois há intervencoes. Porém, este foi é o sistema de “usos e costumes” que faz com que a comunidade mantenha sua tradicao, linguagem e, principalmente, respeito.