

Li em um folder um texto-convite para a exposicao "Polissemiose", de Almicar Packer, que já deve ter acontecido em Sao Paulo. Lembrei-me na hora de varias situacoes no México. Acompanhem:
por Carla Zaccagnini
Em espanhol, para xícara se diz taza; para taca se diz copa; para copo se diz vaso e para vaso florero (quando as flores ficam na água) ou maceta (quando plantadas na terra). Em espanhol, para sacola se diz bolsa, para bolsa se diz cartera e para cartera billetera, pois se diz billetes às notas. E notas aos bilhetes. Assim como se diz apellido ao sobrenome e sobrenombre ao apelido. Em alguns casos as diferencas se anulam: "Você encontrou a nota que deixei com o bilhete?";"Si, claro, la nota que me dejaste con el billete. Gracias".
Essas línguas, que nasceram de uma mesma fonte e passaram séculos sendo a mesma, foram aos poucos gerando as diferencas que hoje as separam. Outras comidas, outros hábitos, outras paisagens que exigiam outros nomes desembocaram em palavras novas e novos sons. E há usos que vao moldando as palavras e transformando os significados de acordo com a compreensao que delas oferece a experiência.
Um exemplo clássico é o par esquisito/exquisito. Para simplificar o processo histórico, podemos imaginar duas pessoas num mesmo banquete em que ambas provam uma mesma iguaria que jamais tinham provado antes. "Exquisito", diz o conviva de ascendência hispânica. "Esquisito?", pergunta seu colega lusitano. "Si, exquisito!"; "Hum, sim, esquisito". E ambos concordam em qualificar com a mesma palavra aquele sabor que lhes traz sencacoes tao diversas.
OBS.: "Necessitamos sair do nosso entorno para conhecê-lo melhor".
OBS2.: O conhecimento se adquire através do improviso, do desconhecido, do inimaginável.
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