Na Ciudad de méxico a música brasileira é bastante representativa. Com o advento de novos meios de comunicacao (internet) facilitou a programacao de novos grupos e de velhas cancoes.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Globalmusic
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Nao é autonomia, é respeito
Engracado... estou no meio de uma cadeia de montanhas em Mazatlán Villa del Flores e passei toda quarta-feira (miércules) lendo e, por tabela, escutando as “rancheras” – música típica mexicana que parece o nosso ‘vaneirao’ – que os vecinos (vizinhos) tocam a toda hora, em todo lugar. Quando, de repente, escuto um Radiohead! É incrível como a música está em todo lugar! Mais espantoso é que, fazendo o mesmo processo na quinta (jueves), rola “Mais que nada”, de Benjor e, claro, as rancheras.
Aquí é uma comunidade indígena, no entanto as pessoas nao vivem em ocas. Há casas (algumas muito bonitas, outras de terra batida), há trabalho (por consequëncia, salário), há video game, há igreja, internet, problemas políticos, escolas, policiamento, etc. A comunidade nao é alienada. Estao sempre mesclando tradicao com modernidade com autonomía com respeito.
Inclusive este sábado (23.02) teve a (re) instalacao da antena da rádio comunitária Nnandia, 107.9 FM. Esta rádio há ano e meio atingia as 64 comunidades de Mazatlán, porém, por questoes políticas a antiga antena foi “cerrada” pelo PRI (Partido Revolucináro Institucional), de acordo com Melquíades, um filosofo e teólogo, que já foi Alcalde (prefeito) desta cidade entre 1993 e 1995.
A programacao da rádio é educativa mantendo a lingua indígena (mazateco) e ensinando español aos que nao sabem. Como a nova geracao nao tem feito muito para manter as tradicoes e costumes, as mulheres tem mostrado disposicao para dialogar, discutir e argumentar sobre passado, presente e futuro da comunidade formando assembléias e reunioes para este intento.
Existem maneiras e maneiras de construir uma sociedade e, ao que parece, Mazatlán Villa del Flores tem conseguido vencer barreiras e cultivar conservadorismo e modernidade num mesmo campo, com muita negociacao, luta, esforco e respeito.
Amanha tem mais sobre “respeito” em Mazatlan e música no México
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Aprender com as diferencas
Li em um folder um texto-convite para a exposicao "Polissemiose", de Almicar Packer, que já deve ter acontecido em Sao Paulo. Lembrei-me na hora de varias situacoes no México. Acompanhem:
por Carla Zaccagnini
Em espanhol, para xícara se diz taza; para taca se diz copa; para copo se diz vaso e para vaso florero (quando as flores ficam na água) ou maceta (quando plantadas na terra). Em espanhol, para sacola se diz bolsa, para bolsa se diz cartera e para cartera billetera, pois se diz billetes às notas. E notas aos bilhetes. Assim como se diz apellido ao sobrenome e sobrenombre ao apelido. Em alguns casos as diferencas se anulam: "Você encontrou a nota que deixei com o bilhete?";"Si, claro, la nota que me dejaste con el billete. Gracias".
Essas línguas, que nasceram de uma mesma fonte e passaram séculos sendo a mesma, foram aos poucos gerando as diferencas que hoje as separam. Outras comidas, outros hábitos, outras paisagens que exigiam outros nomes desembocaram em palavras novas e novos sons. E há usos que vao moldando as palavras e transformando os significados de acordo com a compreensao que delas oferece a experiência.
Um exemplo clássico é o par esquisito/exquisito. Para simplificar o processo histórico, podemos imaginar duas pessoas num mesmo banquete em que ambas provam uma mesma iguaria que jamais tinham provado antes. "Exquisito", diz o conviva de ascendência hispânica. "Esquisito?", pergunta seu colega lusitano. "Si, exquisito!"; "Hum, sim, esquisito". E ambos concordam em qualificar com a mesma palavra aquele sabor que lhes traz sencacoes tao diversas.
OBS.: "Necessitamos sair do nosso entorno para conhecê-lo melhor".
OBS2.: O conhecimento se adquire através do improviso, do desconhecido, do inimaginável.
Hai una semana
Sábado deveríamos ter ido a Xochimilco – a Veneza Mexicana – porém acordamos tarde e fomos ao Museu Frida Kahlo (a casa onde ela e Diego Rivera viveram). Fantástico! No entanto também estava muito frio e, de novo, para casa. Mas antes comemos em um Restaurante Chines. Nao sabia que a comida era tao boa! Demos uma volta na praca de Coyoacán (onde há uma feira com artesanato, comida, música, etc) e fomos a um bar chamado “Los Hijos del Cuervo”, ou Os Filhos do Corvo. Lá tomamos (eu e Azul) nossa primeira tequila – misturada com fresa (morango). De primeira qualidade!
No dia posterior (10.02) fomos meditar! Nem acredito! Fizemos Yoga com nuestro amigo Marianno. Tres horas de bom trato ao corpo – no outro dia dói tudo! Mas compensamos o gasto de energia com uma “comida corida” – mais ou menos uma refeicao rápida. Depois para Tasqueña (metrô próximo de casa) e...cama! Dormi com a Tixa (a cachorrinha doida).
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Diário de um mexica 6
HISTÓRIA
Por Alyne Azul
No domingo (03.02) visitamos o Zócalo sob um sol maravilloso e com o espírito de criancas admiradas e exultantes. A histórica praca, palco de muitas revolucoes, cercada de monumentos históricos coloniais, é também composta por restos do que foi o magnífico Templo Mayor de Tenochtitlán.
A imensa Catedral do séc. XVI, o Palácio Nacional e todo o centro histórico foram construídos sobre a cidade azteca, dominada em 1519 pelos conquistadores espanhóis. O próprio Hernan Cortéz, porém, ficou tao impressionado com o esplendor do Templo Mayor que decidiu preservá-lo. De fato, o Templo é uma coisa: trata-se de uma arquitetura em forma de pirâmide com 7 fases, uma construída sobre a outra.
Na 1° etapa, podemos ver a pedra retangular que servia para sacrificios humanos em oferenda a vários deuses, sobretodo Tláloc (deus da chuva e do “Intramundo” – simbolizado por conchas, caracóis e sapos) e Huitizilipóchtli (deus da guerra e, creio, do fogo). É impressionante que desta etapa ainda haja vestigio das pinturas daquela época (séc. XIII-XIV), bastante conservados em algunas esculturas…
Na parte lateral esquerda há a Casa de Las Águilas, que abrigava encontros e ritos de auto-flagelacao da elite guerreira azteca (os cavaleiros-águia), com longos bancos decorados com coloridos relevos, super bem preservados. Atrás desta, uma espécie de altar, cuja fachada foi decorada de fora a fora com duzentas e tantas caveiras, representadas distintamente em pedras.
Mais além o museu, fantástico, com várias máscaras para oferendas, conchas, caracóis e diversos artefatos vindos do litoral (o que demonstra a imensidao e o grande alcance do Imperio Azteca), caveiras e várias esculturas, estátuas e representacoes de deuses e deusas do panteao mexica.
Talvez a peca mais impresionante seja a imensa esfera de pedra representando a irma de Huitizilopóchtli, a Coyolhxauiqui, que, segundo a lenda, matou-a (mandou matá-la) cortando-a em pedazos, por ter tramado a morte da própria mae, Coatlicue, que, grávida de uma pluma – e aí temos a aprocimacao com a tradicao crista da gravidez de Maria – foi tida como traidora pela filha.
Enfim! É muito difícil descrever tudo, bem como expresar as fortes sensacoes que tivemos ao apreciar tamanho esplendor e complexidade cultural. De todo modo, após horas de descobetas maravillosas e excitantes, estávamos famintos e cansados. Fomos entao saciar as exigencias da carne (ver COMIDA).
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Diario de um mexica 4
Para nos locomover nessa cidade gigante temos várias opcoes. Nos dois primeiros dias estávamos de carro (corsa) só que há engarrafamento a qualquer hora, em qualquer lugar. Ao visitar o Zócalo fomos de ônibus (uma mistura de seletivo com velharia). Na volta pegamos o Trolbús (pertencente ao Governo, movido à eletricidade). Visitamos o Mariano (artista plástico) e, na volta para casa, fomos de metrô.
Na terca-feira (05.02) fizemos nossa primeira entrevista com um sindicalista cujo nome é Jaime Gonzales. Pegamos um táxi (um fusquinha) até a estacao do metrô e seguimos caminho para casa (Cidade Jardim próximo ao ponto final do metrô, Tasqueña). Dá para fugir do engarrafamento utilizando esses meios de transporte. Ainda bem!
No Zócalo, enquanto comíamos um Baguete e tomávamos uma cella (cerveza) observei que na televisión passava um jogo de futebol entre o Puma (time da UNAN, Universidade local) e o América. Um jogo nao muito apreciable, mas que mostra a paixao do mexicano com alguns esportes. Por ejemplo: logo depois transmitiram uma partida de Super Bowl (o futebol americano). O povo vibra com esse tipo de jogo, que para mim é igual ao béisbol: é muita regra e pouca movimentacao. Bom! Cada um com seu gosto!
Mas o principal atrativo aquí é a Luta Livre. Sim! Aquela que voltou a transmitir no SBT e que, ao que parece, é uma paixao nacional. Na terca fomos a uma apresentacao de luta. Chamá-la de esporte talvez seja exagero, mas a mistura de luta com acrobacias me lembra muito um circo. É interessante, no entanto, muito repetitivo. Sempre sao os mesmos lutadores numa espécie de BEM X MAL. Porém, para quem for a primeira vez, vai chorar de rir com as palhacadas e acrobacias desta “luta”. Os jogadores mais conhecidos sao o Atlantis (que luta do lado do “mal” e a criancada adora) e o Dr Wagner, que é do “bem” e faz a alegria dos marmanjos.
Nossas próximas tarefas serao: visitar o Museu de Antropología, o Museu Frida Kahlo e outra entrevista sobre as comunidades autônomas.
PS.: Em tempo: ontem tomamos um jugo muito bom. É uma bebida pre-hispanica, de Oaxaca, que sobreviveu há 3500 anos. É feita de milho, cacao e semente de mamão. Muito boa.
Asta pronto.
Diario de um mexica 3
Sinto falta da comida brasileira. Aquí tem muito chille (pimenta) e muito aguacate (abacate). No entanto tem também pizza, massa, hamburguer, etc. Por isso sobreviviremos todos! Logo que chegamos a Ciudad de México fomos a um café. Comemos Sopa Campesina (de legumes), Fondue de Huitlacoche (bolinho de queijo com uma pasta de cogumelos), Sopa de Hongos (tipo de cogumelo), Tacos de Pato (pao com pato) e Sopa de Frijol (Feijao). Mui hermoso.
Quando fomos visitar o Zocalo (Centro Histórico) comemos Baguete (sanduiche acompañado de batatas fritas). A Azul comeu uma salada que parecia um prato de peao! A procura de uma Zapoteca (biblioteca) comemos Tortas Cubanas (sanduíche cubano, se nao fosse o aguacate e o chille seria muito parecido com o brasileiros). Desayunamos una feijoada (???) na segunda de carnaval (isso que dá morar na casa de um mexico-brasileiro e uma brasileira). Só nao comemos (gracias a los Dios!) no Mc Donalds.
Nesta quarta-feira de cinzas, después de um spaghetti mariscado e talharim com cogumelos, visitamos a Catedral Metropolitana. É surreal!
Falta conhecer os guacamoles, os tacos, mole, tortillas, milho azul e preto, enfim…ainda nao comemos nada! Rsrsrs
P.S.: Neste momento a Azul está fazendo sopa de feijao. Estou escutando o cheiro daqui. Vou senar.
Asta Luego
Diário de um mexica 2
Sabe quando tomamos um chimarrao no nordeste do Brasil, achamos gostoso, mas sabemos que o gaúcho é melhor? É essa a sencasao no México. No Brasil a tequila (boa!) é palatável, no entanto na Ciudad do México é estupenda. E os amigos mexicanos avisaram que a tequila da cidade de Tequila, nas imediacoes de Guadalajara, é mil vezes melhor.
Em Vitória-ES também tive o (des) prazer de conhecer o Mescal. Foi uma experiencia dantesca (este tinha um gusano – espécie de verme). O Mescal aquí também tem um gosto diferente (e forte, sem gusano), mas tem que saber distinguir o orgânico do industrial. O orgânico quando esfregado na mao, se sente o cheiro da planta, da qual é feita a bebida. O industrial é só balancar a garrafa: se nao der bolhas, nao vale a pena (de acordo com Xoco).
¿E a cerveza? La cella? Bien! Mui bien! Existem vários tipos: escura, clara, forte, fraca, etc. Experimentei la Victoria (muito amarga), la Pacifica (mui boa), la Boemia (nao é tao gostosa quanto a nossa), la India (escura e gostosa) e la Corona (mui gostosa e tien 920 ml). Ainda tengo que experimentar outros tipos de birita. Depois descrevo os paladares.
A tequila vem después.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Diario de um mexica
Um diário, um dilema. Como colocar em palavras tudo o que os olhos veem, o coracao sente, o cérebro capta? É muita coisa. Mas tentarei resumir em uma frase: a história é fascinante!
Para facilitar a leitura estou separando momentos e passagens mais relevantes de 4 dias na Ciudad de México. Vou separar os afazeres em: AMIGOS, TRANSPORTE, HISTÓRIA, MÚSICA, BEBIDAS, COMIDAS, TRABALHO, ESPORTES, etc.
AMIGOS
Chegamos ao México depois de uma longa (e cansativa) viagem. Saímos de ônibus do Espírito Santo as 15h30 do dia 31 de Janeiro de 2008 e chegamos a Sao Paulo no dia primeiro de fevereiro, as 8h. Fomos para o Aeroporto de Guarulhos e o AeroMéxico (que na verdade foi Ocean Air) partiu as 11h20. Nove horas de vôo. Que saco! Mas ainda bem que tinha música e comida boa dentro do planador. Vi, pela primeira vez, o Amazonas e alguns países da América Central (nunca saí do Brasil antes).
A Ciudad do México é algo surpreendentemente grande (e é a cidade mais populosa do mundo). Aquí há uma rica mistura de modernidade com história. Banheiroes se misturam com veículos novos da Works, Chevrolet, Porche, assim como o táxi num momento é um fusca, noutro um corsa sedan.
No entanto esta parte é para falar de amigos. Durante uns 3 meses antes da viagem Alyne Azul (minha esposa) manteve contato por e-mail com Carlos Castañeda, um médico mexicano casado com uma brasileira: a Kátia. Eu fiquei intrigado! Pensei que pudesse ser o escritor de A Erva do Diabo, já que o Castañeda dos livros também era médico.
Quando desembarcamos vimos que era um casal da nossa idade e que nos acolheu muitíssimo bem. Ao invés de irmos para casa, fomos a Coyoacán, bairro que tem uma história riquísima e próximo ao bairro universitário, onde comemos e tomamos cerveja (ver COMIDA e BEBIDA). Neste barrio fica o Museu Frida Kahlo. O español é uma lengua fácil de aprender no entanto quando se fala mui rápido é quase incomprensible. Mas nosso portunhol está dando pro gasto.
Carlos e Kátia tem um espírito gracioso e coracao enorme. Se bem que eles tem um pézinho no Brasil! Kátia morou muitos anos em Alagoas e em Sao Paulo e o Carlos já ficou bastante tempo por lá também. Temos muitas afinidades e a história e a música sao os principais assuntos em nossos bate papos. Aliás daqui a pouco contaremos um pouco da história do México para voces.
Asta Luego
sábado, 2 de fevereiro de 2008
É permitido proibir...
Daqui a pouco macaco nao come mais banana...