O técnico e o conceitual. Quem é melhor? Quem se dá bem? A teoria ou a prática? Tipo de discussão indiscutível, pelo menos a meu ver. Dez anos trabalhando na área de comunicação me fez intuir que só é possível fazer qualquer coisa em equipe. Não adianta ser o melhor repórter investigativo do mundo, se não há um aparato técnico para sustentá-lo. Não dá para ser o cara que entende quantos frames essa matéria televisiva vai ter, se ele não faz idéia do conteúdo da mesma.
Pois é, mas continuo tendo a impressão de que o técnico é muito mal visto numa “redação”. Minha amiga Kênia Amaral ficou em terceiro lugar no Prêmio do Jornalismo Capixaba (não lembro o ano). A reportagem especial em rádio sobre o Dia internacional das Mulheres foi muito boa, com as sonoras bem definidas e um texto magistral. No entanto fiquei analisando depois: será que ela ganharia aquele prêmio se eu não colocasse uns efeitos sonoros diferentes, músicas que tinham a ver com o tema e gravasse a voz dela com paciência e destreza. É, acho que nunca pensaram nisso. Por isso ela foi sozinha receber o prêmio.
Não estou aqui dando uma de coitadinho. Lembrei dessa passagem, porque estou passando por isso no trabalho. E o mais interessante: lido com todas as áreas da comunicação (rádio, jornal, informática, tv, fotografia, publicidade), lido com a administração desses laboratórios, com uma equipe de 8 técnicos e 15 estagiários, com alunos e professores e com a direção. Mas me sinto como um reles técnico que, como no passado, era desprezado pelas “redações”.
Bom! De qualquer maneira acho meu papel importante na sociedade e peço aos desavisados focas: nunca tratem mal um técnico, pois, na edição, ele pode acabar com seu trabalho de horas, em minutos. O mais útil para mim foi unir as duas forças. Por isso voltei a escrever e, ao mesmo tempo, utilizar as ferramentas deste novo aparato tecnológico chamado blog. É onde fico livre de “redações” e de imposições feitas por técnicos e conceituados editores. Liberdade! Um viva as tecnologias!!! No entanto nunca pense que a internet vai te ajudar em tudo. Leia um livro, saia de casa, fume um cigarro, beba um trago, viaje e volte...
(Obs.: coloquei “redações” entre aspas por que pode ser qualquer lugar que você se sinta sufocado)