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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Filme horror digerível

Receita para se fazer um filme com custo pequeno: coloque na mesma panela alguns caranguejos, a gosma de “A Volta dos Mortos Vivos”, o sangue de Tarantino, o suspense de Hichcook, os efeitos do cinema atual, a disposição da equipe, com uma pitadinha de humor e misture tudo num mangue. Está pronto “Mangue Negro”.


A aparência não parece das melhores, mas o gosto não é duvidoso. É bom! Aliás, o filme de Rodrigo Aragão é muito bom. A maquiagem então!!! É muito além do “terrir”. É algo, imagino eu, difícil de se fazer. Afinal não estamos em Hollywood. Estamos em Guarapari - ES, mais precisamente na praia do Perocão. Tem que ter muita imaginação (e um puta roteiro). Aliás como contou o ator, músico, cozinheiro e técnico Walderrama dos Santos (ou Vinicius¿), “nesses 03 anos de gravação o roteiro tinha sempre que ser adaptado, pois alguns atores tinham que viajar ou faltava verba para alguma cena.” Por causa da falta de grana, inclusive, é que Walderrama (ou será Vinicius¿) jogava em todas as partes da equipe. Assim como o diretor, que é o dono da casa, o editor, o zumbi...

Zumbi!!! Esqueci de falar! O filme é sobre zumbis. No entanto não é mais um filme de mortos vivos. Bom, é, mas não é muito. Tem uma conotação com a poluição no mangue, um alerta para a preservação. Tem uma locação fantástica e atores inspirados. A Dona Benedita, interpretada por André Lobo é uma “benção” (a maquiagem perfeita). O Agenor, do Markus Konká, mostra o que um bom ator é capaz de fazer até dentro d’agua. O personagem Luís da Machadinha, que é o Walderrama (ou será Vinicius¿) e se torna o anti herói caricato, porém destemido, que a todo tempo quer se declarar à amada, Rachel, interpretada pela atriz Kika de Oliveira, ganhadora do Prêmio Omelete Marginal 2009. Todo o elenco está afinado.

O que gostei mesmo foi das falas não convencionais, do herói que tem pressão baixa, da “bruxa” que entende de rezas e misturas, mas não tem certeza se vai ajudar na recuperação de alguém. Pessoas comuns e não construção de personagens que sabem tudo, que são melhores que os outros. Pessoas normais fazendo filmes de zumbi (são, mas não são muito). O Cineclube Colorado está de parabéns por apresentar, no Bar do Pantera, em Cariacica-ES, trabalhos audiovisuais feitos no ES.