

…mais um banho de rio. Mais classes de capoeira. Desta vez sabíamos que iríamos à outra comunidade e sem as “redilas” – transporte que nos levou a San Manoel, e que são como caminhonetes. Fomos caminhando para Benito Juarez. De acordo com o comppa Moises em um “ratito” estaríamos lá. Eu sempre desconfio dos “ratos” zapatistas onde meia-hora podem ser hora e meia. Foi o que se sucedeu. Caminhamos com nossas pesadas mochilas por 1h30 ate Benito, que também esta localizado no município de San Manuel.
Uma noite mal dormida com bois e touros batendo na porta e mosquitos, carrapatos e pulgas nos mantedo acordados. Levantamos as seis, pois às 8h ha aulas. Rearrumamos a escola e fomos tomar cafe. Mais tarde o comppa Belisario levou a mim e as danesas a um rio. Pra variar ele disse que o rio estava “cerca”, ou seja, perto. Caminhamos quase meia-hora e chegamos às margens de um rio sujo e vazio. Mas valeu a pena. Pegamos umas mangas verdes e comemos com sal.
Benito Juarez è muito pobre, quase não ha água e a unica mangueira disponivel fica aberta todo o dia (um desperdício!). As crianças não brincam muito pois, depois das aulas, tem que ajudar suas mães a abastecer suas casas com água. Passamos o resto da quarta-feira aguardando o responsavel que se chama Gerardo. As chicas estavam um pouco impacientes e eu já acostumado com o “tempo” zapatista. Por falar nisso, acredito que eles não dividem seu tempo em horas e sim,
Esta noite descansamos bem e recebemos a noticia de que vamos a outra comunidade na quinta. Patria Nueva, se chama. “A mi me gusta” estar nestas comunidades zapatistas. Adquirir novas experiências. Os indígenas tem seu próprio tempo, língua, cultura e não querem perder suas terras, suas dignidade e liberdade. Querem apenas viver a sua maneira. Não è fácil explicar isso pra quem tem pensamentos ocidentais como nòs. Temos que ver, aprender e usufruir da maneira indígena zapatista de ser.